terça-feira, 18 de agosto de 2009

ASSEMBLÉIA DE FUNDAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DO ASSENTAMENTO MATA VELHA


Domingo, dia 16 de agosto, aconteceu a Assembléia de Fundação da Associação dos Produtores do Assentamento Mata Velha, recém-criado pelo INCRA.

Participaram do evento, além das vinte famílias assentadas, diretores do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Altos (Toinha Ferreira, Francisco Viana, Rosilda, Rumão Rocha e Fatinha), os vereadores Zé Ernandes e Hélio Inácio, o vice-prefeito Marcelo Mascarenha e o secretário municipal de gestão, Antônio Mascarenha.



O companheiro Zé Branco foi eleito presidente, por unanimidade.

Vendo a alegria das famílias celebrando o momento, lembrei do texto da Comissão Pastoral da Terra-CPT escrito em seu Primeiro Congresso sobre a Terra:

"A terra é dom de Deus e mãe da vida, não apenas um lugar de produção.

Antes, é espaço de vida que inspira o sonho e a luta por uma sociedade nova, assentada nos valores das diferentes culturas e etnias.

Na terra sonhada, da qual já existem sinais, a família e a comunidade rural constroem e experimentam uma vida feliz: mulheres, crianças, jovens e homens trazem suas contribuições para construir juntos a vida, com alegria e esperança no futuro.

Tomam decisões e iniciativas na família e na comunidade, de forma igualitária, valorizando suas diferenças. Deixam de ser meros produtores e respeitam os ritmos da natureza. As famílias criam novas relações comunitárias e de gênero, que se expressam na partilha, na cooperação, no mutirão, na solidariedade, na festa, na celebração, na vivência da fé no Deus da vida.

Do cultivo da terra, realizado com conhecimentos e tecnologias apropriados, e adequado às características de cada região, nascem o alimento saudável para a família, para a comunidade e para o país, e a renda condizente com as exigências atuais de uma vida digna: moradia, saúde, educação, lazer.

A comunidade promove um desenvolvimento centrado na vida das gerações presentes e futuras, base do projeto de uma sociedade nova, em ruptura com o modelo atual. Articula-se com outros grupos e comunidades que, como ela, resistem e criam alternativas de convivência e novas formas de produção. Relaciona-se livremente e de forma propositiva com o mundo urbano. Propõe e luta por políticas públicas que consolidem esse projeto popular.

Neste processo de resistência e de construção, o povo do campo resgata e constrói sua identidade camponesa. Cresce a auto-estima, a afirmação de si, a consciência de seu valor, a clareza de seu potencial, livrando-se das imposições e dos preconceitos do sistema dominante. Passam a ser sujeitos do seu presente e protagonistas do seu futuro."

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